sexta-feira, 25 de março de 2011

Capítulo 10- Tritões tiram férias Parte 3


Eu nãoconseguia me segurar. Era a primeira e talvez ultima vez que eu estivera dentro de um redemoinho, girando de um lado pro otro como aquelas vacas do filme Twister (?)
Pra minha sorte, Guto e Samu me seguraram pelos braços, e fizemos uma corrente segura no turbilhão. Consegui abrir os olhos e vi, com um tremendo frio na barriga, o Norato agarrado ao carro do Tio Borges, rodopiando bem no olho do funil.
"Temos que tirar o Rato dali! " Eu pensei, mal conseguindo ouvir os meus pensamentos com o barulho das águas giratórias.
"Alguma sugestão, cabeça?" Guto pensou, direcionando-se para Samu. Meu amigo loiro agarrava com força minha mão esquerda, mas sua cara mostrava exaustão.
"Eu... Não..." Ele pensou, prestes a desmaiar, mas dei uma pequena descarga elétrica em sua mão e ele se manteve acordado. Não havia saida. Iamos ficar girando e girando até não aguentarmos mais. Até que...
"Vamos cantar! " Pensei, praticamente gritando na minha própria cabeça. Guto e Samu olharam -com esforço- para mim.
"Essa é a ultima coisa que eu quero fazer agora." Guto pensou irritado.
"Façam o que eu disse. Confiem em mim." Pensei, abrindo a boca e começando a cantar. Apesar do fato de que estavamos debaixo d'água, minha voz soou normal, até melhor por assim dizer. Estava apenas pondo pra fora uns "LARALARÁÁÁÁ...." sentindo a magia fluindo através de mim.
"Tá bom, chefão." Guto pensou, começando a cantar também. Logo, Samuel também se juntou a nós. Nós cantamos uma musica calma e forte, meio inapropriada para aquele momento. Então, para nosso espanto, o redemoinho se dissipou.
Ainda sentia o movimento em minha cauda, e o mundo ainda parecia girar. Sentei-me na areia escura e esperei meu cerebro parar de balançar. Então, chamei Samuel e Guto com a mão e fomos até o carro do Tio Borges. Norato o soltara e vi -espantado- as marcas da mao dele prendendo o carro no capô. Nós acenamos para Tio Borges, mostrando que estavamos todos bem. Apontamos com os dedos para cima, dizendo que iriamos encontrá-lo em cima, e nadamos até superficie.
Então, deixei os outros irem na minha frente, e vi ela: A Cobra Grande estava deitada na areia, nao muito longe de nós, dormindo como um bebê. Então meu plano funcionara. Nossas vozes fizeram ela dormir. É como sempre dizem: A musica acalma a mais terrivel das feras.
Duas horas depois estavamos de volta ao carro do Tio Borges, continuando nossa jornada de férias, esperando a próxima aventura começar.

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