sábado, 24 de dezembro de 2011

Capítulo 17- Tritões e o Príncipe do Mar (Parte Final)

             Quando abri meus olhos, vi que estavamos no fundo do mar. O principe Aristelin estava bem à nossa frente com sua exuberante cauda azul-marinho com nadadeiras enormes, e um tridente de safira. Olhei para meus amigos, e percebi que estavamos ainda com forma humana. Os muiraquitãs permitiam que tivessemos pernas debaixo d'água. Quando eu ia invocando o poder da jade, Aristelin me impediu.
              -Espera! Não se transformem.- Ele pediu. - Acabei de tramar um plano.
              Nos interessamos. Nadamos para perto dele e nos explicou:
              -Vamos usar um de vocês como isca para os tubarões do Aronnax.- Aristelin falou. Nós quatro levamos um susto. Eu com certeza não queria ser a cobaia. Samuel nadou para cima e olhou por sobre o arbusto de algas onde estavamos escondidos.
              -Aqueles são os maiores tubarões que eu já vi na vida! - Ele exclamou. Nadei para cima e segui o seu olhar. Os tubarões tinham a pele meio azulada e pareciam quase do tamanho de uma baleia. Senti um frio tão grande na barriga, que tive medo de afundar.
               -Nós não podemos ir atá aquilo! - Eu falei.
               -Mas é o unico jeito de distrair os guardas! - Aristelin falou. Depois de um momento de exitando, levantei a cabeça.
               -Tá bom. Eu vou. Não vou deixar nenhum de vocês sofrerem algum risco. - Falei. Guto pôs a mão sobre meu ombro.
               -Não, Pedro. Eu posso ir no seu lugar. - Ele falou. Sorri para ele.
               -Não se preocupa. Eu tenho tudo sobre controle. - Falei para ele. Fui nadando com minhas pernas até os jardins do castelo. Não demorou muito para os tubarões se aproximarem. Eles me fitavam com aqueles olhos negros sedentos por carne.
                -Oh, não! Sou um pobre garoto humano, perdido no fundo do mar! - Eu falei. Os tubarões fizeram o que eu acho que foi um sorriso, quando eu vi que um deles parou de avançar.
                "Um humano falando debaixo d'água? " Ele pensou. Os outros pareceram ouvi-lo e também pararam. "E sem nenhuma rulga na pele?"
                 "Ele é um tritão! " Um deles pensou, erguendo a bolsa e soltando um rugido.
                  -Fudeu! - Guto gritou.
                  Na mesma hora, soltei tinta preta pelas mãos e nadei o mais longe dos tubarões do que pude. 
                  -Vamos nos transformar! Agora!! - Eu gritei para os meus amigos.
                  -Turmalina! - Guto gritou, e seu muiraquitã cor de rosa começou a brilhar, criando um turbilhão de água ao seu redor.
                  -Rubi! - Samuel gritou, e a luz de seu muiraquitã criou um redemoinho escarlate que o envolveu.
                  -Água-Marinha! - Norato gritou, e um monte de bolhas o circulou, assim como a luz de seu muiraquitã.
                  -Jade! - Eu gritei, e na mesma hora, a luz verde me envolveu.
                  Nos transformamos e nadamos rapidamente para o castelo. Aristelin nadava com mais velocidade e tomou a nossa frente.
                  Norato ergueu o punho que abriu os portões de ferro com um murro. As grades de ferro ficaram com a marca de sua mão. Seguimos, e vimos mais tubarões pelo caminho. Samuel abria caminho por eles com sua telecinésia. Com apenas um balançara da mão, ele fez cinco tubarões voarem contra uma parede e desmaiarem.
                  Continuamos a nadar pelos corredores, pelo menos pelos que estavam inabitados.
                  -A sala do trono fica por ali.  - Aristelin apontou com o tridente. Remamos violentamente com as barbatanas para a direita e entramos um salão gigantesco, maior do que o campo de futebol do Castelão, e vimos ao longe, numa grande cadeira, um tritão de cauda de tubarão, cabelos vermelhos e um manto negro sentado no lugar de onde deveria ser da Rainha. Ela, por sua vez, estava sobre os degraus que levava ao trono, amarrada e amordaçada.
                  -Desista, Aronnax! Eu trouxe reforços! - Aristelin gritou, com uma raiva imensa no rosto. O feiticeiro inflou o peito e deu uma gargalhada alta. Se não fosse tão clichê, eu acharia foda.
                  -Ainda insiste em reconquistar seu reino, pequeno principe? Não tem jeito. Eu venci! - Ele falou, movendo os braços com tédio. Ele fez um gesto com as mãos e a água começou a esquentar. Bolhas surgiram na água, e estavamos queimando com a magia negra dele. Norato agarrou meu braço, com medo.
                   -Tritões, separar! - Eu ordenei. Eu fui para a direita, Norato para cima e Guto e Samu para frente.
                   -Tubarões!! - Aronnax exclamou. Tubarões monstruosos sairam de lugares escuros do salão, e foram atrás de nós. Olhei para trás e vi que um arreganhava as fileiras de dentes para mim. Senti o medo e raiva se espalhar por mim, e meus dentes de tubarão surgiram. Rapido como um golfinho, fiz um circulo no ar, confundindo o tubarão, e abocanhei sua barbatana, fazendo-o gemer.
                   Guto enfrentava quatro tubarões. Ele nadava em circulos o mais rapido que podia, sempre seguido por eles. Norato teve um pouco de sorte. Quando um tubarão avançou nele, ele o pegou pela cauda, espremeu-a e o jogou contra a parede, fazendo seu sangue flutuar na água. Samuel olhou para três tubarões e fez com que eles voassem para longe, quase caindo em cima de Aronnax. O feiticeiro rosnou de raiva, e ergueu a mão, soltando raios negros contr ele, mas Samu conseguiu esquivar. Os raios dele tinham forma de pequenos tubarões, e assim que tocaram uma parte da parede do castelo, formou uma mancha enorme de ácido.
                   Aristelin, rapidamente, soltou um raio pelo tridente e o fez atingir as cordas que prendiam sua mãe. A bela sereia de longos cabelos negros e cauda amarela nadou ao seu encontro, abraçando-a.
                  -Está tudo bem, mãe. Meus amigos vão nos ajudar. - Ele falou.
                  -Quem são eles, Aristelin? - Ela perguntou. Antes que pudesse perguntar mais, eu me aproximei deles.
                   -Nós estamos aqui para ajudar. Aris, melhor levar sua mãe para fora do castelo. Os tubarões são poucos agora, e lá fora vocês ficarão seguros. - Eu falei.
                   -Não, Pedro... Eu quero derrotar Aronnax! É uma questão de honra! - Ele falou.
                   No mesmo instante, percebemos que seu tridente estava se movendo sozinho. Aristelin olhou assustado para sua arma e assistiu-a sair de sua mão. Aronnax estava arrastando-a para si com sua magia.
                    -NÃÃO!! - O principe gritou. Antes que o tridente caisse nas mãos do bruxo, ele parou. Aronnax fez um olhar confuso. Olhei para o lado e vi Samuel parado com a mão erguida, prendendo o tridente com seu poder telecinético. Aronnax rangeu os dentes.
                    -Intrometido! Você vai ver o que é bom pra...
                    - Eu acho que NÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!!!!
                   Guto nadou rapidamente para o lado do feiticeiro e soltou seu grito agudo bem ao lado de seu ouvido.
                     Aris, a rainha e eu tampamos os ouvidos. Aronnax arregalou os olhos, e seu coração deveria estar batendo muito forte, devido ao susto. Guto gritou ainda mais alto, e o bruxo começou a tremer, soltando jatos de seus raios ácidos para todo lado.
                     -Abaixem-se! - Eu disse, e Aris e a rainha se abaixaram. Nadei até Norato e peguei sua mão rapidamente. Nós dois fomos até Samu. Ele arrastou o tridente para si, e depois empurrou-o para Aris. O príncipe agarrou sua arma e levantou-se.
                     -Aronnax! - Ele chamou. Guto saiu de perto dele e nadou para o lado de Samuel. - Você errou feio, mané. EU venci!
                     Dizendo isso, ele soltou um raio azul de seu tridente, que atingiu o bruxo. Porém, antes de morrer, ele soltou uma bola de seu poder em nossa direção. Foi tudo muito rápido. Eu nadei para longe, assim como Norato. Porém, quando olhei para trás, vi Samuel ser atingido em cheio pela bola de energia.  No mesmo minuto, o raio de Aristelin atingiu o bruxo e o fez explodir em cinzas.
                     -NÃÃOO!! - Eu, Guto e Norato gritamos ao mesmo tempo. Samu estava caido no chão, uma enorme mancha preta em seu peito e abdomem. Eu peguei sua mão e a apertei com força. Norato pôs sua cabeça com cuidado em cima de sua cauda. Guto agarrou sua mão esquerda e pegou em seu ombro. Samuel tremia e gemia.
                       Nunca achei que fosse ver um de meus melhores amigos naquela situação. Não aguentei. Apesar de estarmos debaixo d'água, senti lágrimas de desespero descerem pelo meu rosto. Percebi que Norato também chorava e tremia. Guto estava tentando parecer o machão, mas ele estava trincando os dentes para não chorar.
                        -Ah, não... Aquele desgraçado. - Aristelin falou. Antes de perguntar a ele o que fazer, percebi coisas redondas em minha bochecha. Vi que pequenas pérolas saiam dos meus olhos e flutuavam na água. Será que era aquilo o que acontecia quando sereias e tritões choravam? Idiota, isso não importa agora, pensei para mim mesmo.
                        -Ele ainda pode ser salvo. - A rainha falou. Ela fechou os olhos e no mesmo momento, uma pequena bacia em forma de concha apareceu do nada. Ela abriu-a e uma especie de fluido azul-marinho estava ali dentro.
                        -Peguem o muiraquitã dele.  - Ela pediu. Guto pegou o colar de Samu e ergueu-o. A rainha pingou no peixe de rubi uma gota do fluido. No mesmo momento, Samu começou a flutuar.
                         Sua pele inteira brilhava, e a água ao seu redor começou a girar. Um turbilhão grande e violento o cobriu, e explodiu em diversas bolhas vermelhas. Quando se dissiparam, deixamos os queixos cair. Vimos nosso amigo acordado, com uma armadura cor de vinho parecida com a daqueles cavaleiros da tavola redonda, a cauda vermelha mais radiante com nadadeiras ENORMES, parecendo asas, e... Nossa, o cabelo dele! Estava grande, quase no fim das costas, amarrado num rabo de cavalo e com o tom de loiro mais brilhante e forte. Ele estava... Foda!
                        
                           Após nos despedirmos de nosso amigo príncipe, nadamos juntos para a superficie. Quer dizer, quase, por que Samuel nadava mil vezes mais rapido do que nós com aquela armadura. Para a nossa surpresa, ele saiu da água, como se ainda estivesse nadando. Colocamos nossas cabeças para fora da água o vimos flutuando no ar, suas nadadeiras dianteiras balançando levemente, sustentando-o ali. Ficamos maravilhados. Então, ele tocou no muiraquitã e voltou à sua forma normal de tritão.
                         -Acho que é melhor não usar essa forma toda hora.- Ele falou.
                         -Tá brincando, mermão? Se eu tivesse isso, usaria até pra dormir! - Guto falou, batendo em suas costas animadamente. Nós quatro rimos e nadamos de volta para a praia.
                         Esse dia foi mesmo cheio. Muitas descobertas e... Ainda, muitas perguntas.
                 
                 
                 

Um comentário:

  1. Pedro por favor faz o peter ser parte da turma de tritões como te falei muyraquitãn ágata azul de panda ou peixe-leão cauda uma mistura de azul claro com verde água(Azul-Água) do mesmo formato da de aris

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